quarta-feira, 2 de junho de 2010

Regimes e consequências para o organismo

Anemia

O que é?

Essencialmente é o comportamento persistente que uma pessoa apresenta em manter seu peso corporal abaixo dos níveis esperados para sua estatura, juntamente a uma percepção distorcida quanto ao seu próprio corpo, que leva o paciente a ver-se como "gordo". Apesar das pessoas em volta notarem que o paciente está abaixo do peso, que está magro ou muito magro, o paciente insiste em negar, em emagrecer e perder mais peso. O funcionamento mental de uma forma geral está preservado, exceto quanto a imagem que tem de si mesmo e o comportamento irracional de emagrecimento.
O paciente anoréxico costuma usar meios pouco usuais para emagrecer. Além da dieta é capaz de submeter-se a exercícios físicos intensos, induzir o vômito, jejuar, tomar diuréticos e usar laxantes.
Não há explicação para o fenômeno mas deve ser levado muito a sério pois 10% dos casos que requerem internação para tratamento (em hospital geral) morrem por inanição, suicídio ou desequilíbrio dos componentes sanguíneos.

Como é o paciente com anorexia?

O paciente anoréxico só se destaca pelo seu baixo peso. Isto significa que no seu próprio ambiente as pessoas não notam que um determinado colega está doente, pelo seu comportamento. Mas se forem juntos ao restaurante ficará evidente que algo está errado. O paciente com anorexia não considera seu comportamento errado, até recusa-se a ir ao especialista ou tomar medicações. Como não se considera doente é capaz de falar desembaraçadamente e convictamente para os amigos, colegas e familiares que deve perder peso apesar de sua magreza. No começo as pessoas podem até achar que é uma brincadeira, mas a contínua perda de peso apesar da insistência dos outros em convencer o paciente do contrário, faz soar o alarme. Aí os parentes se assustam e recorrem ao profissional da saúde.
Os pacientes com anorexia podem desenvolver um paladar estranho ou estabelecer rituais para a alimentação. Algumas vezes podem ser flagrados comendo escondidos. Isto não invalida necessariamente o diagnóstico embora seja uma atitude suspeita.
Depois de recuperado o próprio paciente, já com seu peso restabelecido e com a recordação de tudo que se passou não sabe explicar porque insistia em perder peso. Na maioria das vezes prefere não tocar no assunto, mas o fato é que nem ele mesmo concorda com a conduta insistente de emagrecer. Essa constatação no entanto não garante que o episódio não volte a acontecer. Depois de recuperados esses pacientes retornam a sua rotina podendo inclusive ficar acima do peso.
Há dois tipos de pacientes com anorexia. Aqueles que restringem a alimentação e emagrecem e aqueles que têm episódios denominados binge. Nesses episódios os pacientes comem descontroladamente até não agüentarem mais e depois vomitam o que comeram. Às vezes a quantidade ingerida foi tão grande que nem é necessário induzir o próprio vômito: o próprio corpo se encarrega de eliminar o conteúdo gástrico. Há casos raros de pacientes que rompem o estômago de tanto comerem.

A idade média em que surge o problema são 17 anos. Encontramos muitos primeiros episódios entre os 14 e os 18 anos. Dificilmente começa depois dos 40 anos. Muitas vezes eventos negativos da vida da pessoa desencadeiam a anorexia, como perda de emprego, mudança de cidade, etc. Não podemos afirmar que os eventos negativos causem a doença, no máximo só podemos dizer que o precipitam. Muitos pacientes têm apenas um único episódio de anorexia na vida, outros apresentam mais do que isso. Não temos por enquanto meios de saber se o problema voltará ou não para cada paciente: sua recidiva é imprevisível. Alguns podem passar anos em anorexia, numa forma que não seja incompatível com a vida mas também sem restabelecer o peso ideal. Mantendo-se inclusive a auto-imagem distorcida. A internação para a reposição de nutrientes é recomendada quando os pacientes atingem um nível crítico de risco para a própria saúde.

Consequências

*Fadiga e senso de inadequação em geral.

*Maior dificuldade de sentir o gosto dos alimentos na boca, assim como a redução dos movimentos do esôfago, estômago e intestinos

Este baixo consumo alimentar tem conseqüências evidentes no estado nutricional, como:

*Pele fria e pálida, estrutura dos ossos saltados (sendo a osteopenia e a osteoporose freqüentes).

*O paciente aparenta ter mais idade.
*É comum a queda de cabelos.
*Aparecimento de lanugo (fina camada de pelos sobre a pele) e de petéquias e equimoses (problemas de pele).
* A hiperbetacarotenemia (excesso do pigmento beta-caroteno na pele) é frequentemente encontrada.
• Altos níveis de colesterol.
• Alterações hematológicas incluem a anemia e a leucopenia.
• Alterações endócrinas são também freqüentes.
• Alterações na estrutura de sono são também descritas, como: períodos longos de insônia e despertar precoce.

Tratamento
O tratamento da anorexia continua sendo difícil. Não há medicamentos específicos que restabeleçam a correta percepção da imagem corporal ou desejo de perder peso. Por enquanto as medicações têm sido paliativos. As mais recomendadas são os antidepressivos tricíclicos (possuem como efeito colateral o ganho de peso). Os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina têm sido estudados mas devem ser usados com cuidado uma vez que podem contribuir com a redução do apetite. É bom ressaltar que os pacientes com anorexia têm o apetite normal, ou seja, sentem a mesma fome que qualquer pessoa. O problema é que apesar da fome se recusam a comer. As psicoterapias podem e devem ser usadas, tanto individuais como em grupo ou em família.A indicação dependerá do profissional responsável. Por enquanto não há uma técnica especialmente eficaz. Forçar a alimentação não deve ser feita de forma rotineira. Só quando o nível de desnutrição é ameaçador. Forçar alimentação significa internar o paciente e fornecer alimentos líquidos através de sonda naso-gástrica. Geralmente quando se chega a isso se torna necessário também conter (amarrar) o paciente no leito para que ele não retire a sonda.

clip_image002 clip_image004

Bulimia

O que é a bulimia?
É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de "orgias alimentares", no qual o paciente come num curto espaço de tempo grande quantidade de alimento como se estivesse com muita fome. O paciente perde o controle sobre si mesmo e depois tenta vomitar e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como medicações, com a finalidade de não ganhar peso.

Como é o bulímico?
Basicamente é um paciente com vergonha de seu problema, com sentimento de inferioridade e auto-estima baixa. O paciente reconhece o absurdo de seu comportamento, mas por não conseguir controlá-lo sente-se inferiorizado, incapaz de conter a si mesmo, por isso vê a si como uma pessoa desprezível. Procura esconder dos outros seus problemas para não o desprezarem também. Quando existe um bom motivo como ganhar muito dinheiro o paciente pode até sujeitar-se a expor seu problema. Os pacientes bulímicos geralmente estão dentro do seu peso ou um pouco acima. Tentativas de dieta estão sempre sendo realizadas. Tentativas de adaptar os afazeres e compromissos rotineiros com os episódios de ingestão e auto-indução de vômito tornam seu estilo de vida bizarro, pois os episódios devem ser feitos às escondidas, mesmo das pessoas íntimas. Uma alternativa para a manutenção de seu problema escondido é a opção pelo isolamento e distanciamento social, que por sua vez gera outros problemas. Assim como a anorexia a Bulimia geralmente ocorre no adolescente, predominantemente nas mulheres. Os assuntos das conversas preferidos são relacionados a técnicas de emagrecimento. É comum o comportamento de esconder alimentos para futuros episódios.
É interessante notar que a bulimia não constitui uma completa perda do controle. O paciente consegue planejar seus episódios, esperar para ficar sozinho e guardar alimentos, por exemplo. Muitas vezes os maridos das pacientes julgam que a paciente faz tudo porque quer e critica a esposa aumentando sua culpa. Essa atitude deve ser evitada, pois além de não ajudar, atrapalha diminuindo ainda mais a auto-estima da paciente que sucumbe aos esforços por tratar-se. A bulimia muitas vezes sucede aos episódios de anorexia.

Consequências

As consequências da bulimia são variadas e graves e podem causar lesões irreversíveis ou de difícil tratamento, (ex: depressão, fadiga, arritmia cardíaca, irregularidade menstrual, ossos e dentes frágeis, vasos sanguíneos dilatados na pele do rosto e problemas de estômago e esôfago).

A pessoa bulímica chega a ingerir numa hora, em calorias, o que devia consumir durante um dia inteiro. Ao sentir-se culpada pelo excessivo consumo de alimentos e para perder peso (ou para não ganhá-lo), a doente provoca o vômito, usa laxantes e pratica exercício físico em excesso.
O continuar deste tipo de ações permite a manutenção do peso em níveis normais ou um pouco acima e, ainda, apresentar uma imagem aparentemente saudável. Esta imagem "saudável" ilude a pessoa em relação ao seu problema e dificulta, aos outros, a percepção do mesmo. Por esta razão, a bulimia é uma doença que tende a prolongar-se no tempo.
Os jovens, particularmente do sexo feminino, a partir da entrada na adolescência são o principal grupo de risco em relação a esta doença.

As consequências físicas da bulimia são várias tais como:

  • Mau funcionamento renal e cardíaco (provocado pelo vómito e uso de laxantes);
  • Dificuldade na concentração, mudanças de humor (devido a um desequilíbrio químico);
  • Glândulas inchadas, derrames sanguíneos por baixo dos olhos;
  • Decadência dentária e problemas graves nas gengivas;
  • Dores de garganta, dores no peito, cãibras musculares e fadiga;
  • Arranhões na parte de cima das mãos ou nos nós dos dedos;

Tratamento
Os antidepressivos tricíclicos já foram testados e apresentaram respostas parciais, ou seja, os pacientes melhoram, mas não se recuperam completamente. Carbamazepina e lítio também foram testados com uma resposta ainda mais fraca. Os antidepressivos IMAO também apresentam uma melhora similar a dos tricíclicos, porém melhor tolerado pelos pacientes por terem menos efeitos colaterais. Mais recentemente os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina vêem sendo estudados com boas respostas, mas não muito superiores às dos tricíclicos. Os estimulantes por inibirem o apetite também apresentaram bons resultados, mas há poucos estudos a respeito para se embasar uma conduta terapêutica.
Muitos pacientes só com psicoterapias apresentam remissão completa. Não há uma abordagem especialmente recomendada. Pode-se indicar a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental, terapias de grupo, grupos de auto-ajuda, psicoterapias individuais.

Problemas Clínicos
Os repetidos episódios de auto-indução do vômito geram problemas em outros sistemas do corpo. Ao se vomitar não se perde apenas o que se comeu, mas os sucos digestivos também. Isso pode acarretar desequilíbrio no balanço dos eletrólitos no sangue, afetando o coração, por exemplo, que precisa de um nível adequando dessas substâncias para ter seu sistema de condução elétrica funcionante. As repetidas passagem do conteúdo gástrico (que é muito ácido) pelo esôfago acabam por ferí-lo podendo provocar sangramentos. Casos extremos de rompimento do estômago devido ao excesso ingerido com muita rapidez já foram descritos várias vezes. O intestino grosso pode sofrer conseqüências pelo uso repetido de laxantes como constipação crônica, hemorróidas, mal estar abdominal ou dores.

clip_image006 clip_image008

Dieta da Sopa

A dieta da sopa segue um cardápio semanal, onde o principal alimento é uma sopa especial feita com várias verduras.

A receita da sopa é simples:

  • 6 cebolas grandes
  • 1 kg de tomate sem pele
  • 1 repolho
  • 2 pimentões
  • 2 pacotes de sopa de cebola (desses tipo knorr)
  • 4 cenouras
  • 1 ramo de aipo
  • 1 cabeça de alho

Corte todos os vegetais em pedaços, misture aos outros ingredientes adicionando água até cobrir e cozinhe por 1 hora

O cardápio semanal é mostrado a seguir

Primeiro dia
Coma apenas frutas, qualquer fruta exceto banana, em qualquer quantidade. Complemente o cardápio tomando a sopa, em qualquer quantidade até se satisfazer

Segundo dia
Coma apenas vegetais, qualquer vegetal menos feijão, milho e ervilhas. Complemente o cardápio tomando a sopa, em qualquer quantidade até se satisfazer.

Terceiro dia
Coma apenas vegetais e frutas, exceto os já mencionados antes, na quantidade que quiser. Complemente o cardápio tomando a sopa, em qualquer quantidade até se satisfazer.

Quarto dia
Coma até 8 bananas e tome até 8 copos de leite. Complemente o cardápio tomando a sopa, em qualquer quantidade até se satisfazer.

Quinto dia
Coma até 6 tomates e até 400g de carne e beba bastante água. Complemente o cardápio tomando a sopa, em qualquer quantidade até se satisfazer.

Sexto dia
Coma carne à vontade (sem exageros) e qualquer vegetal menos batatas. Complemente o cardápio tomando a sopa, em qualquer quantidade até se satisfazer.

Sétimo dia
Coma arroz integral, vegetais, frutas e complemente com a sopa na quantidade que desejar

A dieta da sopa é ruim porque ela é muito rica em vitaminas, mas pouco rica em lipídios, carboidratos (amido e açúcar) e proteínas. Nós precisamos ingerir uma quantidade boa de cada uma dessas substâncias.

Falta de carboidrato: Distúrbios intestinais, náuseas e fraqueza.

Falta de proteínas: Baixa resistência a doenças

Falta de lipídios: Problemas nervosos, fraquezas e até a morte.

Doença Celíaca

A doença celíaca é uma condição crônica que afeta principalmente o  intestino delgado. É uma intolerância  permanente ao glúten, uma proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte. Nos indivíduos afetados, a ingestão de glúten causa danos às pequenas  protrusões, ou vilos, que revestem a parede do intestino delgado. Esta condição possui outros nomes, tais como espru celíaco e enteropatia glúten-sensível.

A doença celíaca é considerada uma desordem autoimune, na qual o organismo ataca a si mesmo. Os sintomas podem surgir em qualquer idade após o glúten ser introduzido na dieta.

Sintomas

Os sintomas intestinais incluem diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho de peso. Os pacientes podem apresentar atraso de crescimento e da puberdade, anemia da carência de ferro, osteopenia ou osteoporose, exames anormais de fígado, e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme. A doença celíaca também pode não apresentar nenhum sintoma.

Diagnósticos

A doença celíaca pode levar anos para ser  diagnosticada. Os exames de sangue são muito utilizados na detecção da doença celíaca. Os exames do anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT) e do anticorpo anti-endomício (AAE) são altamente precisos e confiáveis, mas insuficientes para um diagnóstico.  A doença celíaca deve ser confirmada encontrando-se certas mudanças nos vilos que revestem a parede do intestino delgado. Para ver essas mudanças, uma amostra de tecido do intestino delgado é colhida através de um procedimento chamado endoscopia com biópsia. (Um instrumento flexível como uma sonda é inserida através da boca, passa pela garganta e pelo estômago, e chega ao intestino delgado para obter pequenas amostras de tecido).

Tratamento

O tratamento consiste em evitar por toda a vida  alimentos que contenham glúten (tais como pães, cereais, bolos, pizzas, e outros produtos alimentícios, ou aditivos, que contenham trigo, centeio, aveia e cevada).  Medicamentos e outros produtos também podem conter glúten. Assim que o glúten é removido da dieta, a cura costuma ser total. Apesar da dieta sem glúten parecer extremamente difícil a princípio, algumas famílias tem tido muito sucesso com ela. É possível substituir as farinhas proibidas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz,  farinha de araruta ou  fubá. Nutricionistas e grupos de apoio podem ajudar as famílias a se ajustar a essa dieta radical. Mesmo assim, pode levar vários meses até que elas se acostumem com a dieta sem glúten.

Grupos que correm risco de contrair a doença

As pessoas com maior risco de contrair a  doença celíaca são aquelas que têm diabete do tipo 1, doença autoimune da tiróide, síndrome de Turner, síndrome de Williams, ou parentes com a doença celíaca. Você pode ter a doença celíaca mesmo sem fazer parte de um dos grupos de maior risco.

clip_image010

Nenhum comentário:

Postar um comentário